Times Square

Assunto: Times Square Seg Mar 25, 2013 6:54 pm

Times Square é o nome da região entre a Broadway e a 7ª Avenida e entre a West 42nd Street e a West 47th Street, na região central de Manhattan.

Conhecida mundialmente por seus letreiros luminosos, a Times Square é um dos pontos turísticos mais famosos de Nova York e do mundo, recebendo mais de 39 milhões de turistas por ano. Ali estão a NASDAQ, os estúdios da MTV e da ABC (onde o programa Good Morning América é transmitido ao vivo), entre outras atrações.

É na Times Square que Nova York comemora a virada de ano com a bola de cristal descendo do topo de um edifício.

• •

Assunto: Re: Times Square Sáb Abr 06, 2013 11:25 am

Skyfall

Let the sky fall
When it crumbles
We will stand tall
Face it all together
Let the sky fall
When it crumbles
We will stand tall
Face it all together
At skyfall

At skyfall

O

S últimos raios de sol não eram visíveis na cidade, devido a grossa camada de nuvens cinzentas que cobriam o céu de Manhattan. A antes animada e movimentada ilha, agora abrigava cidadãos que se aninhava em suas casas, ou outros que desejavam fazer isso.
Mas dentro de um, dos milhares dos cafés espalhados pela Big Apple, um jovem de olhos castanhos profundos, pela pálida e aparência triste encarava a chuva que açoitava a cidade, enquanto beberricava lentamente um café expresso. O olhar desfoque do rapaz indicava que os mesmo estava longe, como sempre seus pensamentos voltavam a Londres, naquela fatídica noite na Mansão Milller... Londres era onde estava a família de Rick. Ou melhor, onde estava sepultada a família de Rick. Todos mortos. Enterrados nas catacumbas de um cemitério ao fundo da mansão... Era onde o jovem achava que devia estar, morto, junto com usa família.
O jovem sacudiu a mão a frente cabeça, espantando esses pensamentos. Não acreditava em uma entidade superior, mas se era o único Miller vivo, havia uma razão para isso, pelo menos era isso que esperava o jovem.
Finalizou o café com um gole, fazendo uma careta ao sentir o liquido quente descendo por sua garganta. Retirou do bolso interno do casaco que usava uma nota de 20$ dólares, e deixando a nota ali, saiu do recinto.
A chuva gelada ainda açoitava a cidade, e uma das gotas caiu em uma parte nua da pele de Rick. O jovem sentiu um calafrio, e tratou de apertar melhor suas roupas ao corpo, mas foi de pouco efeito, pois a chuva começara a se intensificar.
Os olhos do rapaz estavam marejados por lagrimas que vinham sempre em que pensava em sua família... Sua avó que havia o criado como um filho, mas fora morta por covardes. De seus pais que não conhecerá, pois ambos foram encontrados mortos dentro de uma densa floresta.
O licantropo agora estava sozinho, a quilômetros de sua terra natal, tendo como companhia a solidão e a maldição que carregava desde seu primeiro homicídio... O primeiro de incontáveis...
Sem rumo, o jovem viu que havia chegado à um dos lugares mais movimentados de New York: The Time Square. Suspirando, o jovem parou a frente das arenas, na 7 sth avenue. O painel gigante exibia uma propaganda da Kodak, o qual exibia uma família sorrindo. Um pai, uma mãe, duas crianças e um cachorro. Será que a família do lobo também poderia ter sido assim? Teria tido irmãos? Um cachorro... Passeariam no parque juntos...
Passando as mãos pelo cabelo, o jovem chacoalhou o excesso de agua que havia se acumulado, e retirando um lenço do bolso, enxugou os olhos.
Mas embora o jovem estivesse deprimido, não tinha jeito de mudar isso. E não ia adiantar ficar se lamentando. Precisava começar um vida nova, de um novo começo. E essa era a magia de NY...
Precisava de um lugar para morar... De um emprego... De pessoas... Mas onde?
Balancei a cabeça e voltei ao meu carro, liguei-o e voltei ao meu apartamento alugado.

Este post tem o número #001 e contém 492 palavras. As pessoas citadas ao decorrer da ação são as apenas eu mesmo, e ela se passa na Time Square - NY.

▲

Bruxo(a) Mensagens : 17 Data de inscrição : 28/03/2013

Aceita um cigarro?

Os dias passavam pesados e lentos. Muito tempo se passara desde aquele "acidente" que me tornou orfão aos treze anos. Desde aquele dia tenho me dedicado apenas a uma coisa : Treinar para me tornar um caçador. Se havia algo que me moveu durante todo esse tempo, foi a vingança mas, maior que isso é a vontade de saber quem matou meus pais. O peso no peito era grande e me sufocava. A cada dia mais e mais pessoas morriam vitimas desses seres amaldiçoados que deveriam estar no inferno. Usava um sobretudo negro, calças escuras e sapato petro. Andava com as mãos nos bolsos, de cabeça baixa pelas calçadas da Times Square. As luzes dos prédios substituiam o belo brilho da Lua. Olho para essas pessoas, quantas viviam com vendas negras nos olhos, que escondiam a verdadeira face do mundo, e mantinha afastado o sobrenatural que era tão comum no nosso dia a dia? Quantas dessas pessoas sabem sobre a existência de tais seres, mas se misturam na multidão como eu, tentando ser apenas mais um rosto? Paro por um momento e observo todos à minha volta. Aquela noite iria ser longa... ao menos para mim. Me encosto na parede de um prédio de uma loja, que já fechara e cujas luzes não estavam acesas para incomodarem minha visão viciada naqueles neons. Fecho os olhos e respiro fundo. Retiro um cigarro que estava perdido dentro do sobretudo e ponho na boca. Logo em seguida procuro algo pelos bolsos, até que encontro um isqueiro com o medalhão de São Bento. O abro, fazendo um click que eu amava, e pondo uma mão para proteger do vento, acendo o cigarro e dou uma tragada, deixando que aquela fumaça relaxante e tóxica me acalme.

Template feito por Zafrina - TPO

Assunto: Re: Times Square Sáb Abr 06, 2013 8:55 pm

The life has kill the dream I dreamed

Quem me dera que aquele fosse somente mais um daqueles pesadelos humanos e que ao despertar o rumo fosse diferente... Ora, felizes daqueles que podem acreditar em magia sem senti-la, sem ver cada veia pulsar sem motivo e saber que uma respiração já não é motivo pelo qual estar vivo. Que o pulso ainda pulsa, mesmo que já não haja razão alguma para fazê-lo. Felizes daqueles que prendem-se aos livros, aos contos, às fabulas e nem sequer desconfiam que cada vez que o sol se deita ou que quando a lua rodopia sorridente no céu uma nova realidade transborda, mais audaciosa que qualquer pesadelo, mais temível que quaisquer fantasias.

Revirei os longos cabelos com uma mão e sorri. Um sorriso irônico daqueles esboçados somente para ter-se a certeza de que os músculos da face ainda são capazes de se curvar a tal gesto. Sorri, pois já não era mais tempo de lamentar antigos erros, nem sequer era tempo de tentar mitigá-los, o passado estava morto, tão morto quanto este coração inútil apenas a ocupar espaço em minha caixa toráxica. Ri baixinho. Já que a eternidade havia me abraçado a tanto tempo, mesmo sendo eu uma aberração, não custava a mim retribuir o favor. Que se quedasse o tempo, que morressem os mortais, os assistiria de soslaio apenas vendo uma nova página a ser escrita naquele interminável e sedento livro.

O encharpe esvoaçava, forçando-me a retirá-lo, fazia algum frio, aquele tipo de frio onde o vento uiva os deleites que a carne não pode ter, onde a rispidez com a qual as brisas brincam disfarça o lamento daqueles que vivem eternamente, ou o júbilo de quem ainda não conheceu o significado da palavra eternidade. E o som de cada passo era abafado pelo pavimento preenchido de concreto e calcário, a música da noite era o silêncio, vulgo e fulgaz, e nessa melodia o menor ruído destoava da paisagem, como um vidro que quebra e ecoa por toda uma vida. O salto alto não importava, assim como o sobretudo cinzento e um tanto mal cuidado, o jeans preto e a blusa de seda. Já me vestira melhor, já fora uma dançarina mais dotada de maestria em outrora, mas nos últimos anos era uma coadjuvante num palco de tenores e sopranos experientes...

O cheiro da fumaça chegou-me as narinas, assim como o cheiro da mortalidade, ah! aquele véu de fragilidade que envolvia os humanos... Tão quebráveis e tão dispostos a provar-se em sua curta estadia. Era um penar e um deslumbre vê-los trilhar suas rotas e perecer somente para terminarem como aqueles sem nomes nas lápides, sem nome, sem foto, sem rosto, sem história, sem vida.

only of a kind @ CG

Assunto: Re: Times Square Sáb Abr 06, 2013 9:27 pm

Passeio noturno...

Um sorriso largo se espalhava por meus lábios. Os ares da noite invadiam minhas narinas de forma reconfortante. Uma escrava da lua em um passeio noturno... Irônico, não? Eu simplesmente idolatrava o que mais me fazia sofrer. A noite me completava, me trazia paz, me fazia esquecer. Esquecer que quando a lua cheia chegasse eu sofreria novamente. Esquecer que quando eu me transformasse todos os meus sentimentos sumiriam. Esquecer que matei alguém. A noite me fazia simplesmente esquecer. Olhei para o céu suspirando com um sorriso triste. As vezes eu só queria ser normal... Só queria poder conversar com alguém sem ter que fingir ser quem não sou. Quem? Uma risada curta cortou meus pensamentos. Eu não era alguém. Eu era algo. Eu era simplesmente uma falha no sistema. Uma maldição. Um erro que ninguém conseguiu corrigir.
Antes eu imaginava o mundo sobrenatural como um lugar magico pelo qual eu arriscaria tudo para participar. Mas onde está a magia de sofrer em toda lua cheia? Onde estava a magia em sentir como se seus ossos estivessem sendo quebrados um por um? Onde estava a magia de matar em todas as luas cheias? Onde estava a magia de não conseguir ter sentimentos humanos toda vez que a lua resolve aparecer? Franzi os lábios voltando meu olhar para o chão. O cheiro forte de fumaça entrou por minhas narinas. O cheiro parecia ter se impregnado em mim. Que tipo de pessoa masoquista conseguia se impregnar com isso por livre e espontânea vontade? Revirei os olhos com certo deboche.
Procurei com cuidado a origem do cheiro. Um rapaz que parecia bastante... Bem... Diferente das outras pessoas, digamos assim, estava com um cigarro na mão. Aquilo parecia tranqüiliza-lo... Me aproximei lentamente com os olhos fixos nele. Eu realmente estava sofrendo de idiotice crônica.
_Boa noite senhor.... Tudo bem? - Meus olhos foram automaticamente para o cigarro enquanto o analisava.

Última edição por Emyli R. Longstride em Sáb Abr 06, 2013 9:53 pm, editado 2 vez(es)

Bruxo(a) Mensagens : 17 Data de inscrição : 28/03/2013

Aceita um cigarro?

Brincava com a fumaça do cigarro que subia até o véu negro da noite para se dissipar a uma curta distância de sua origem. A vida era assim, nascia como uma fumaça de um cigarro, e se desvanecia tão rápido quanto. Realmente... eu estava começando a questionar tudo que eu havia aprendido quando criança. Será mesmo que valia a pena tentar construir algo? Ter algo? Ser algo? E se tudo não passasse de um sonho, pesadelo? Ou de uma ilusão. Um jogo, ou um grande bug do universo que poderia caber no buraco de uma agulha.
Nesse momento minha atenção volta para uma jovem que passava por ali, talvez incomodada pelo cheiro do meu cigarro. A observo, parecia uma mulher bem jovem, mas o modo como andava e se comportava... tinha olhos pesados. Não pesados em aparência, até porque eles transpareciam indiferença e mostravam que ela estava imersa em seus pensamentos mais profundos, mas sim pesados de conhecimento. Os olhos são as janelas da alma, e talvez a alma dela transbordasse algo que poderia ser algo fatal, e bem recompensador. Por um momento me perco, a observando, mas logo sou trazido à tona para a realidade com um cumprimento sutil. Olho para outra pessoa que se aproximara de mim e eu nem percebera. Ainda com o olhar meio confuso a observo por um singelo segundo, o suficiente para imprimir na minha mente seus traços físicos. Ela ela loira, tinha traços suaves e elegantes. Uma beleza que poucos tem. E... porque ela puxaria alguma conversa comigo? Talvez quisesse apenas um cigarro. - Sim sim e...
Naquele momento refleti, havia tantas máscaras nesse mundo, e talvez eu fosse apenas mais uma e não sabia. Ensaio um sorriso afável para ela. Parecia ser uma boa pessoa, o suficiente para falar com um desconhecido na rua, bem... isso poderia ser perigoso. - E você? Como está Srta...? - faço um gesto perguntando implícitamente o nome dela.

Template feito por Zafrina - TPO

Assunto: Re: Times Square Sáb Abr 06, 2013 10:03 pm

The life has kill the dream I dreamed

Aberração. Aborto da natureza. Acidente. Bastarda. Eram tantas as palavras e nenhuma jamais havia sido superada, não havia conforto no tempo, o tempo não era remédio para os males sofridos na alma, nem sequer os acalentava. Então as lembranças vinham, como uma sequência de flashes distorcidos nos quais apenas o fogo, a dor, a negação e a loucura eram tangíveis. Talvez a última a mais tangível de todas... Olhei para o céu, a sombra de um sorriso decorava o manto negro como um sárcastico pingente, as luzes não permitiam a visão das estrelas. Maldita seja modernidade e suas luzes elétricas, privavando-me de algo que durante todo esses anos permanecia similar. A única coisa que perdurava imutável, assim como esta torpe face, presa na porcelana dos vinte e poucos invernos.

Respirei fundo, sentindo e seguindo o cheiro da fumaça, ele vinha acompanhado de um outro, pincelando o ar com sutileza, exalado de uma moça. Não era nada similar ao cheiro do humano. Aproximei-me, querendo, talvez, disfarçar a idade emanada por um olhar de milênios e perguntei, retirando um cigarro do bolso e segurando-o entre os dedos:

- Perdoe, podes emprestar-me o isqueiro? - minha voz saiu suave, parecendo-me até mesmo estranha, há quanto tempo não a ouvia? Há quanto tinha perdido-me em meio a minha própria feição animalesca? - Receio haver perdido o meu.

Enquanto esperava a resposta do homem olhei para a moça próxima, a de feições suaves e delicadas, tinha sentido esse cheiro antes - era claro, esse resquício de ferocidade misturado ao sofrimento. As lembranças eram tantas e nenhuma era agradável, lembrava-me algo que já deveria ter virado pó a estas alturas. Lembrava-me de certo solstício... E de uma criatura que já deveria estar morta há pelo menos um milênio. Sim, eles viviam mais, porém, a maldição da imortalidade não era dada-lhes como um todo. Voltei-me para o rapaz. Lembranças demais. Pensamentos demais. Talvez devesse continuar peregrinando e enterrar estas memórias no mais íntimo de minh'alma - se esta ainda existia - e não sair para pequenos passeios em uma cidade abarrotada de mortais em suas monótonas vidas.

First Hybrid @ CG

Assunto: Re: Times Square Sáb Abr 06, 2013 10:28 pm

Passeio Noturno

Avaliei melhor o rapaz a minha frente. Ele parecia ter ficado inquieto ao me ver. Será que eu havia feito algo errado? Franzi os lábios por um instante tentando pensar no que eu tinha feito. Bem... Era normal dizer oi a alguém, não era? Hesitei por um segundo mas um sorriso rapido se espalhou por meu rosto de modo tranqüilizador. Ele devolveu minha pergunta após responde-la... Bem? Qual poderia se o significado de bem para alguém comp eu? Talvez estar vivo fosse considerado estar bem...
_Claro! - Será que ele sabia que eu não estava sedo totalmente sincera? Bem, isso Nao importava. - Pode me chamar de Emyli... Ou Emy! Pode escolher... - Meu sorriso aumentou enquanto eu o fitava - E você seria....?
Senti alguém se aproximando e me virei para identificar quem era. Senti meu coração acelerar um pouco. Nao era humana... A garota que acabara de chegar simplesmente não poderia ser humana. Assim que ela falou percebi certo espanto em seu rosto. Ela se surpreendera com a própria voz? Ela não era como eu, disso eu tinha certeza. Mas também não era como os humanos... Ela parecia... Diferente... Me mantive em silencio apenas a observando. Ela emanava uma certa aura de poder... Isso me surpreendeu um pouco. Tentei permanecer indiferente. Será que ela sabia o que eu era? Respirei fundo tentando pensar no que eu faria caso as coisas... Fugissem do controle...

Bruxo(a) Mensagens : 17 Data de inscrição : 28/03/2013

Fear of the dark

Duas belas mulheres vindo ao meu encontro ao mesmo tempo? Algo estava errado aí. Como sempre, minha paranoia começava a apitar. Aos poucos começo a sentir uma inquietação no ar, mas iria ver no que isso iria dar, não poderia simplesmente dar as costas e sair, até porque seria perigoso. Decido então dançar conforme a música. Puxo o isqueiro do bolso e entrego para a moça misteriosa. - Ah, sem problemas. - ao entregar para ela, toquei em sua mão, e um arrepio tomou conta de mim. Ou era paranoia, ou um aviso de que algo estava errado.
Logo em seguida olho para a outra jovem, o sorriso dela fez com que eu emitisse outro, ainda que sutil. - Me chame de Caim, ou de Black. - naquele momento percebo ela olhando para a moça que acendia o cigarro. Senti uma certa tensão no olhar dela, definitivamente, eu deveria ter ficado em casa. O que eu poderia fazer? Não era nem um caçador ainda, nem tinha nenhuma arma que pudesse me ajudar. Correr? Inútil. Olho para as duas. Elas pareciam tão... delicadas talvez, mas a morte também era delicada. - Então... posso ajudá-las em algo? - claro que se elas quisessem fazer algo contra mim, já teriam o feito, ou pelo menos não diriam isso. "Olá, quero matar você". De uma coisa é certa, enquanto estivéssemos batendo papo eu estaria vivo, ou ao menos tentaria ficar. Mas outra coisa que eu sabia era, havia algo nelas, que me deixava bastante tenso.

Template feito por Zafrina - TPO

Assunto: Re: Times Square Sáb Abr 06, 2013 11:20 pm

The life has kill the dream I dreamed

Ri, um riso frio, baixo e ríspido, sentia o cheiro do medo de ambas as partes, sentia aquela mesma aura que um animal em perigo emana, um alerta vindo em direção ao instinto mais básico: a sobrevivência. Seria eu uma criatura tão assustadora assim? Talvez o fosse. Meu riso bailou no ar por míseros segundos, tempo no qual ascendi um cigarro e traguei como quem busca um punhado de ar próximo ao afogamento. Já havia tido vontade que tais doenças fossem capazes de me atingir, que houvesse algum modo de quebrar essa maldição. Maldita fosse a gana por uma vida eterna, maldita fosse essa sede insaciável por aquilo que não se deveria ter. Argh. Ainda me dava naúseas pensar no que poderia ter sido se não fosse pelo orgulho e a ganância daquela que deveria ter se contentado com uma vida normal.

O humano perguntou algo, e falou seu nome, um antigo nome daqueles raros de se encontrar nos dias atuais, era um nome com sonoridade poderosa, talvez, quiçá, de poderes inimagináveis. Afinal, eu como ninguém sabia como as palavras e os nomes tinham poder, como a magia existia e como ela poderia ser maravilhosa ou imensamente torturante. Voltei-me para ele e respondi:

- Já ajudaste - indiquei o isqueiro levantando-se como em um brinde invisível, fechei-o com um delicado clique e o devolvi ao dono, que parecia apreensivo, não somente por minha própria presença como pela da outra moça. De fato, num possível desentendimento ele era, do trio, o que hipoteticamente tinha menos chances de sair vivo. Exalei a fumaça do cigarro para cima, fechando os olhos num gesto sutil, logo então me toquei que a moça não estava fumando e, por educação, comentei - Espero que não te incomodes com a fumaça. A propósito, chamo-me Charlotte.

First Hybrid @ CG

Bruxo(a) Mensagens : 17 Data de inscrição : 28/03/2013

Fear of the dark

Meu cigarro acabou, e com ele se foi a minha única sensação de alivio ou segurança. Logo uma pequena paranoia começa a se formar dentro de mim. Aquele era mesmo meu comportamento? Estava me sentindo claustrofóbico ali. Não pelas paredes, mas por estar sendo aos poucos sufocado pelo olhar delas. Guardo o isqueiro. Talvez eu estivesse apenas paranoico. Quem iria me atacar em plena Times Square? Decido então inspirar fundo e relaxar meus músculos. Descontraio um sorriso e deixo que o medo suma (mesmo que eu esteja me enganando). Olho para a garota com o cigarro. - Belo nome... então, o que faz por aqui? Ou apenas aproveitando essa noite cheia de estrelas de neon? - eu particularmente estava sem assunto, mas não iria deixar que o silêncio tomasse conta.

Template feito por Zafrina - TPO

Assunto: Re: Times Square Dom Abr 07, 2013 12:39 am

For hope I'd give my everything

Olhei para o alto, os olhos perdidos em tempos que já não regressam, de fato eram estrelas de neon, já não tão breves quanto as velas do passado porém bastante curtas se comparadas as do espaço. Caim perguntara-me o que havia eu de fazer em um centro urbano daquele porte. E o que de fato eu fazia? Não tinha fome, nem sede, nem sequer a menor vontade de ter algum contato com a humanidade, então o que me atraia a sempre regressar? Suspirei, talvez fosse aquela velha esperança de encontrar algo pelo qual valesse a pena se arriscar, algo que quebrasse a lineariedade dos dias. Talvez...

- Honestamente, não sei. De fato soa estranho, contudo estava buscando um pouco de ar - traguei novamente o cigarro e o lancei no chão então comentei - Algo novo, quem sabe... - a frase morreu, serpenteando por alguns segundos. Aquele humano ou era corajoso ou tolo demais ou ambos, podia sentir o medo em sua pele, o arrepio que percorria sua nuca ao proferir uma ou duas frases em minha direção, ainda assim ele não corria, não aparentava um desejo de fugir. O que queria ele? Ou será que sabia que fugir era inútil perante a situação? Ele aparentava saber mais do que ousava falar, mais do que transmitia em posturas e gestos. Inusitado? Sim, porém não seria a primeira vez.

- E tu? Vieste em busca de que? - peguntei suavemente, pressentindo que havia algo além daquela tez levemente enrugada e a postura sutilmente defensiva. Típico. Esbocei um sorriso irônico, se eu o quisesse, jamais haveria chance de defesa.

First Hybrid @ CG

Bruxo(a) Mensagens : 17 Data de inscrição : 28/03/2013

Fear of the dark

Ela tinha traços belos e suaves. Mas em nenhum momento eu havia captado alguma centelha de medo ou tensão nela. Muito pelo contrário, por todo o tempo eu quem estivera na defensiva. Ouso encará-la nos olhos, tentando captar no ar o resto da frase que morreu aos poucos, deixando uma dúvida no ar. - Eu só estou... - por um momento me perdi nos meus pensamentos. Não exatamente pensamentos, mas aquele singelo momento onde você se desliga de tudo e de todos, onde até uma faísca pode significar um espetáculo da natureza, mas nesse caso, havia me perdido numa sensação estranha.- Tentando me misturar a essa humanidade. E sentir um pouco de ar civilizado. Preciso me misturar a isso, para que eu não me perca em uma psicose e acabo em um hospício. Ultimamente tenho me desligado tanto desse mundo... mas, creio que não entenda o que eu quis dizer, é besteira, coisa minha. - sanidade pra quê não é? Tudo não passava de uma grande loucura que nunca teria fim.
- Mas é tão difícil ser igual a eles... a partir do momento em que você rompe a barreira entre a humanidade cega, e a humanidade atormentada pela verdade, não há como voltar atrás, a não ser pela morte. - estava de noite, conversando com uma desconhecida charmosa e assustadora, e estava falando mais do que devia... quebrando meu voto de silêncio. Mas que isso importa? Vamos dançar conforme a música.

Template feito por Zafrina - TPO

Assunto: Re: Times Square Dom Abr 07, 2013 1:35 am

For hope I'd give my everything

Arqueei uma sobrancelha, decerto esta era uma conversa incomum para se ter. Um humano falando em se encaixar em sua própria civilização, de fato, talvez houvesse me esquecido como era quando mesmo dentro da mesma raça parecia que eu não pertencia àquele lugar, porém ele tratava de outro modo, como se não fosse humano de fato, como se caminhasse em um limiar muito fino pincelando sanidade e loucura.

- Falas como se não fosse humano... - escolhi as palavras, e por um momento quase falei eles ao referir-me aos homens, essa conversa ficava mais interessante a medida que as palavras eram despejadas sem intenção, talvez até fosse momento propício para largar as mesmas expressões, semear conversas em troca de informações. Truques tão antigos que ainda funcionavam com maestria... - Compreendo. É realmente difícil se adaptar ao que lhe parece estranho, ainda mais quando lhe parece errado e não natural. Ultimamente, a modernidade tem trazido coisas engraçadas, a efemeridade é uma delas, e esse ar de civilizado que falas não é assim tão civilizado quanto pensas, há séculos que assassinam uns aos outros e tudo é motivo para uma guerra. Honestamente, não sei se tenho pena ou raiva dos seres humanos, pena por serem tão frágeis e raiva por, ainda assim, desperdiçar tanto tempo com futilidades. Orgulho. Ganância. Vaidade. A lista se extende e nunca vi um contrapeso para tamanha insensatez.

Ainda era inusitado ouvir minha voz proferindo frases tão extensas, mas era uma conversa única, quantas vezes em vida, ou depois dela, havia tido esta oportunidade? Agora era esperar uma resposta. Aquele humano me intrigava, como uma charada a ser desvendada, ele escondia algo por detrás de sua postura despreocupada, algo que ia além do medo... Este havia sido forçado a retirar a venda e enchergar além da cegueira que a raça humana se impunha. Os últimos que eu encontrara assim estavam tão desesperados que ou eram loucos, ou procuravam uma forma de aniquilar todos aqueles seres amaldiçoados, como se assim trouxessem paz as suas almas atordoadas por séculos. Era de se rir com tamanha inocência. Não há paz por aqueles condenados a caminhar mesmo mortos, nem jamais haveria, era por isso que se tratava de uma maldição.

First Hybrid @ CG

Assunto: Re: Times Square Dom Abr 07, 2013 10:03 am

Código:

Passeio Noturno

Ainda fitava a mulher a minha frente quando ouvi a pergunta do garoto. Ele parecia incomodado... Tentei me colocar no lugar dele mas algo me bloqueava. Não me lembrava muito bem de como era ser normal. Agora que eu sabia de tudo era difícil me lembrar de como era não saber nada. Tudo? Não eu não sabia de tudo... Eu não sabia o que era aquela mulher a minha frente. Eu não sabia o motivo da maldição me condenar a servir justo a lua cheia. Eu não sabia de várias coisas. Por um lado isso me incomodava. Saber que aquela... Criatura... À minha frente poderia ter conhecimento do que eu era enquanto eu nem se quer podia identificar o cheiro dela... Mas por outro lado isso me ajudava a fingir que, na ausência da lua cheia, eu era normal. Fingir que nunca matei alguém. Fingir que não sou escrava de minha dádiva amaldiçoada.
Mal tive consciência da pergunta que Charllote me fizera. Mas ela me olhava com o cuidado de parecer preocupada. Aquilo me deixou um pouco irritada. Ela pensava que podia se sentir superior por saber quem eu era? Suspirei fundo cruzando os braços para me acalmar. Talvez ela não estivesse se sentindo superior... Talvez eu que simplesmente estivesse me sentindo inferior. Franzi os lábios um pouco e dei de ombros esperando que isso talvez respondesse a pergunta ou comentário que ela havia feito. Apenas observava enquanto os dois conversavam. O garoto parecia meio tenso. A 'criatura' parecia tranqüila. Não estava prestando muita atenção no rapaz mas assim que ouvi o que ele disse sobre os humanos me sobressaltei um pouco. Ele falava da própria raça como se não pertencesse a ela... Mas talvez ele não fosse apenas humano... O analisei com mais cuidado. Prestei atenção a cada detalhe de sua roupa. Olhei para seus traços com cuidado. Um caçador? Isso explicaria o motivo de ele estar se intoxicando. A maioria dos caçadores se achavam superiores. Se achavam demasiadamente próximos da imortalidade.
Mas seu rosto não tinha traços da dor dos caçadores. Ele parecia simplesmente indiferente à humanidade. Um sorriso preencheu meus lábios. Algo nele fazia com que eu ficasse mais calma. Talvez ele se tornasse uma boa companhia para dias intediantes... Meus pensamentos foram cortados pela voz da mulher. Não prestava atenção nos dizeres. Apenas na tonalidade. A olhei pó um tempo e meus olhos faiscaram.
_Desculpe-me Charllote... Mas você disse séculos? Curioso... Você também se refere aos humanos como se não pertencesse a tal grupo... - A olhei com um sorriso nos lábios. Talvez ela assumisse o que era e me matasse. Talvez acabasse entregando o jogo sem perceber...

Assunto: Re: Times Square Dom Abr 07, 2013 10:33 am

I will go blow your mind

with an innocent smile.

A noite estava fria e uma brisa suave preenchia a noite com um sussurro calmo e indiferente de mudança, a pouco tempo eu havia descoberto que estava preso a um voto de fidelidade com uma garota que eu não conhecia, por ser um hibrido, metade vampiro e lobo, duas espécies que até aquele momento não passavam de lendas, mitos e coisas idiotas que as pessoas criavam por falta do que fazer e agora naquele momento me dava vontade de rir, eu era uma criatura das lendas e dos filmes que eu considerava nada além disso, lenda e passatempo e agora eu era uma daquelas criaturas, eu acabara de me tornar um maldito mito! E podia sentir em mim sede, fome e a ferocidade que eu estava tentando esconder, pelo visto eu teria que viver sobre uma máscara para esconder o fato que eu era um monstro que podia facilmente matar mais de uma dúzia de humanos com facilidade.
Olhei para o céu apreciando as estrelas e continuei andando por mais algum tempo até que eu notei um pequeno grupo formado de três pessoas conversando logo a frente, parei por um instante pensando se devia me socializar com elas ou simplesmente ir para outro lugar e decidi que não custava nada tentar socializar um pouco. Continuei andando até as três pessoas e assim que a primeira me viu acenei um “oi” preguiçoso enquanto me aproximava mais deles até está praticamente ao lado de todos.

— Boa noite - Comprimento preguiçosamente olhando para o grupo que basicamente era formado por duas garotas lindas e um garoto que não era feio, nada muito incomum, isso se não fosse o fato da atmosfera entre eles estarem um tanto...tensa, como se inimigos estivessem conversando sobre como querem se matar enquanto tomam chá, sorri imaginando a cena e fiquei ali parado esperando alguém falar enquanto pensava que um chocolate quente cairia bem agora, na verdade, qualquer coisa doce cairia bem naquele momento. Lambi o lábio inferior levemente fechando os olhos.

OBSERVAÇÕES

Knows where the hell? Inside my head!

Leveck @ CG

Bruxo(a) Mensagens : 17 Data de inscrição : 28/03/2013

Cartas na mesa

Observo enquanto Charlotte falava. Quando ela chegou parecia não ser de falar muito, mas fiquei feliz ao saber que a conversa estava tomando um rumo interessante, fazendo com que ela se soltasse mais. Para minha surpresa, eu concordava com ela em todos os pontos. Penso um pouco, quantas vezes eu já me senti culpado por pessoas que faziam apenas coisas fúteis e inúteis? Quantas vezes já me senti culpado por não ser maior que eles? Quantas vezes já me senti culpado por estar me esforçando para quando for daqui a pouco, bater de cara com o muro que se chama morte? Olho para o chão com o olhar vago e falo com uma voz pesada. - Às vezes até penso em largar essa humanidade que habita em mim... eu sinto ela como um punhal afiado dentro do meu peito que me dilacera sempre que tento fazer algo maior que minha simples existência. Limites... cansei deles.
Após isso observo Emy, e sua observação. Eu havia observado isso também, se referia aos humanos como se fosse algo totalmente diferente. Dou um sorriso suave e complemento. - Verdade... na verdade, acho que nós falamos da humanidade como se não pertencessemos a ela. Bom, eu sou humano, até onde sei. Apenas vivi o suficiente para querer ser algo mais que isso. Já vocês duas... parecem saber muito mais que eu. Por um lado isso me atrai, por outro me assusta. Então... acho que é agora que eu descubro se eu ter me "revelado" irá me ajudar, ou me matar de vez.
Acho que havia causado o estopim, ou ao menos acendido o pavio. A conversa era tão interessante, e elas não pareciam querer me matar, não que eu percebesse, então... vamos apostar um pouco mais.
Olho para Emy, ela me transmitia mais calma que a Charlotte, não parecia do tipo "assassina", mas o que ainda me intrigava era o porque de ter encontrado as duas. Talvez tenha sido meu cigarro, meu cheiro, meus demônios... ou o meu destino. Às vezes tudo acontece de forma tão aleatória, mas ao mesmo tempo tão... perfeita nos encaixes. Tão perfeito quanto realizar Magia do Caos. Era a aleatoriedade das coisas que dava emoção aos fatos. Era como brincar de Roleta Russa. Por a arma na própria boca, e girar o tambor dela, com apenas uma arma, e depois puxar o gatilho. Era a emoção daquilo que me movia, era viver ao extremo, sim isso que eu queria. Queria que isso me marcasse, já estava mais do que na hora de aprender a fazer isso. Afinal... só esteja pronto para matar, se estiver disposto a morrer também. O universo todo, poderia ser resumido em uma moeda. Cara e coroa, verso e inverso. Morte e vida.

Template feito por Zafrina - TPO

Assunto: Re: Times Square Dom Abr 07, 2013 11:52 am

Royal Street Flush

Esboçei um meio sorriso irônico com o que a garota falara, era claro para mim o que ela era, porém, poucos de sua espécie conheceriam o que eu era, alguns talvez tivessem até certo temor de admitir que existia, caminhando na Terra, uma abominação tão grande da natureza. "Falei séculos para apenas não citar milênios" pensei com demasiada ironia, como uma raça tão recente poderia ser tão danosa? Espalhando-se como um virus pelo planeta, matando uns aos outros sem motivos aparentes, quando o faziam por sobrevivência era compreensível, porém havia séculos que o faziam pelo bel prazer de satisfazer suas lascividades...

- Talvez de fato eu não o seja, lincantropa - murmurei a última palavra tão baixo que seria inaudível para o humano, porém a garota ouviria. Talvez como um aviso, talvez como uma ameaça, pouco importava, se não sabia o que eu era era improvável que soubesse o que me paralisava. Uma risada suave escapou-me os lábios, aquela tensão nas faces alheias era um prazer de assistir, um pelo qual ocasionalmente valia a pena caminhar entre os vivos.

Uma brisa suave brincou com meus fios, ajeitei-os com uma mão, displicentemente. O frio não incomodava há anos, nem tampouco a escuridão, vidinha medíocre esta de ser várias coisas e não se encaixar em nenhuma, não pertencer a nada... Ah, por quantas vezes desejara uma realidade diferente, uma que fosse tão paupável quanto a ciência, tão precisa quanto seus estudos, que não pincelasse a loucura nem tampouco transtornasse vidas mortais... Quantas tantas vezes desejei assistir a meu próprio envelhecimento e quiçá o daquelas que um dia já conviveram comigo, era uma fantasia tola, singela, que virara pó assim como o corpo daqueles que me geraram, assim como toda e qualquer coisa que já adornara o mundo.

-Boa noite - a voz chamou-me a atenção, não somente ela porém a aura que a acompanhava. Conhecia cada um dos poucos que tornei similares a mim, por motivos diversos, alguns buscavam a imortalidade, outros lutavam para permanecer vivos mais um outro dia e havia terceiros que atraiam por seus ideais e demônios internos, tantos eram os motivos, porém poucos eram os bem sucedidos, preferia que minha espécie - se assim fosse chamada - se restringisse a apenas aqueles cujas características pudessem suportar o fardo. Longo e pesaroso, porém um prazer se quando olhado por outros angulos.

- Olá - respondi somente e olhei o humano com certa admiração, a estas alturas qualquer outro tentaria fugir, porém ele mantinha-se impassível apenas com traços leves de expressões desconfiadas, nenhuma tentativa de atacar ou desaparecer. Ao menos era inteligente, era notório, porém, o quanto mais sua inteligência poderia dar-lhe segurança?

First Hybrid @ CG

Assunto: Re: Times Square Dom Abr 07, 2013 12:45 pm

Passeio Noturno

Um pequeno sorriso surgiu no canto de meus lábios. O garoto era só um humano... Mas desejava ser mais... Ele tinha uma personalidade forte, era corajoso... Isso me deixou com certa admiração pelo garoto. Voltei minha atenção para Charllote. Ela ainda me devia uma resposta. Meus olhos brilhavam em desafio. Mas sua resposta me surpreendeu. Sua voz ecoou por minha mente. Ela sabia o que eu era. Sua voz era ameaçadora... Ela me olhava com tanta confiança... Respirei fundo pensando nas possibilidades. Senti meu corpo arrepiar. O que eu tinha não era medo... Eu tinha raiva. Raiva por ela saber o que eu era. Raiva por eu não saber o que ela era. Raiva por eu viver em um mundo onde a dor era tão constante. Meu corpo ficou rígido. Raiva... Esse parecia ser o único sentimento que estava sempre constante em minha vida. Com raiva de mim mesma por ter matado. Com raiva de meus pais por Nao terem me contado sobre a maldição. Raiva da maldição. Raiva da bruxa que começou isso.
Minhas mãos tremiam de leve. Minha respiração se alterou. Foi ai que o vi. Um garoto se aproximara do grupo. Ele se parecia com a mulher. Não em seu físico, mas no modo que falava... Até mesmo no modo de andar. Mas algo nele me trazia mais calma. Teus olhos invadiram minha mente. Me acalmaram. Um sorriso fácil tomou meus lábios. Ignorei As palavras de Charllote.
_Boa noite... - Minha voz parecia normal... Isso era bom...
Olhei para o outro rapaz que ainda segurava o cigarro, o analisando. Será que ele havia percebido os sinais? Sera que ele havia visto minhas mãos trerem? Nao importava... Já era tarde para disfarçar. Apenas dei de ombros e pisquei para ele.
_Noite agitada essa, não? - Talez, por ser um humano, ele estivesse acostumado a andar em grupo ou conversar com amigos. Mas o rapaz já havia notado que não éramos normais... Mesmo que não soubesse o que éramos...

Bruxo(a) Mensagens : 17 Data de inscrição : 28/03/2013

Me afundando...

Percebo que aquela frase que a Charlotte havia dito, tinha algo mais que eu pude compreender, visto que Emy ficara tensa ao ouví-la. Enquanto isso percebo de soslaio que um garoto havia se aproximado. Olho pra ele "Por algum acaso tenho escrito na testa : Falem comigo?", penso.[colorfirebrick] - Noite.[/color] - respondo secamente e volto a fitar as duas. Estava começando a achar que tudo não passava de alguma emboscada para me atacarem. Bom, estava uma bela noite para morrer.
Dou um sorriso para Emy.[color=firebrick - Ficaria muito mais se decidíssimos nos apresentar de vez.[/color] - para falar a verdade eu não queria a morte, não me importava com ela, mas ainda tinha várias coisas a fazer. Mas aquele mistério estava começando a martelar minha cabeça, nunca fui bom em adivinhar charadas.
O que aconteceria se eu revelasse que estava querendo me tornar um caçador? Ririam de mim? De minha situação visto que desde quando as vi, só tenho ficado na defensiva como um ratinho encurralado por dois felinos? Ou me matariam? Para evitar futuros problemas? Já não dava mais pra correr. A coisa ficou tensa pra mim. Fecho os olhos por um momento então os abro, como se eu acabasse de ter ligado uma bateria dentro de mim. - Então... o que fazem da vida?

Template feito por Zafrina - TPO

Assunto: Re: Times Square Dom Abr 07, 2013 5:40 pm

A loaded gun complex, cock it and pull it

Parecia que o pelo da licantropa se eriçava a cada palavra, a raiva pulsava de todo o seu ser, até que o outro chegou, ah! O conhecia de tempos remotos e era tremenda pena que fosse tão novo, porém a vida era cheia de escolhas e a feita por ele fora esta, se certa ou errada, cabia somente a ele lidar com ela. Contudo a moça parecia se acalmar com a presença daquele rapaz, cena inusitada, ainda assim ela desconhecia o que éramos.

Virei-me para o humano, que parecia utilizar de todas as cartas que poderia ter na manga, sinal de desespero, apostar tudo em um blefe numa tentativa vã de fazer recuar aqueles com muitas fichas na mesa. Se isto era agora um jogo, vamos jogar.

Sorri com o canto dos lábios e retirei outro cigarro do bolso, estendi a mão pedindo novamente o isqueiro, em silêncio, olhei para ele e falei, com voz tão meiga que soaria inocente a ouvidos desatentos:

- Caim, pedes para nos apresentar como quem dita um epitáfio, por mim, não há nada de perigoso neste encontro, apenas de inusitado, talvez. Hoje a noite está bela demais para ser pintada em rubro. - olhei para o céu, a madrugada caia com uma leve diminuição das luzes da cidade, mesmo que o neon dos outdoors permanecesse constante, mesmo que as estrelas ainda estivessem invisíveis, aquele sorriso zombeteiro permanecia no céu, crispado com a calmaria de quem toca uma valsa, de quem dita a música para os dançarinos se deleitarem - Não tenho problemas com esta apresentação que pedes, porém, peço para que outros a iniciem. Pardon, mas não gosto de sentir-me em desvantagem. Conhecimento sempre foi e sempre será de certa forma, uma forma de poder. - fiz uma outra pausa, então completei respondendo àquela última curiosidade do humano - Apenas caminho, sigo em frente, creio que os antigos me considerariam uma andarilha, se estas existissem.

A verdade era que existiam apenas filósofos, andarilhos, sábios, sempre no masculino, às mulheres eram resguardadas as tarefas do lar, talvez isso a modernidade tivesse trazido de positivo, alguma esperança de igualdade perante os gêneros, apenas a esperança, porém já era algo quando se ousava pensar que em outrora nem sequer o pensamento podia-se ter. Pensar era proibido. Pois quem pensava, questionava, e questionar era perigoso em tempos bárbaros.

First Hybrid @ CG

Assunto: Re: Times Square Dom Abr 07, 2013 6:56 pm

I will go blow your mind

with an innocent smile.

Continuei de olhos fechados querendo uma bebida quente naquele momento quase bizarro onde dois híbridos, uma loba e um humano estavam conversando tranquilamente como se não fossem inimigos naturais que queriam matar um ao outro, por puro instinto. Sorri abrindo os olhos e pegando um pirulito em meu bolso e o abrindo lentamente enquanto o colocava na boca preguiçosamente e respondia a garota loba que parecia ter contido sua fúria, por algum motivo.
— Isso ainda vai ficar bem mais interessante, é só esperar - Sorri olhando para os outros dois e com as perguntas do garoto quase revirei meus olhos entediado enquanto continuava lambendo o pirulito de forma preguiçosa e ouvindo a garota falar de forma um tanto antiga... Ela pelo visto não havia se adequado ao século ainda, ou a forma de falar, já eu... Meu modo de falar era o mesmo, calmo, simples e sem muita complicação. Dando de ombros decidi falar alguma coisa.
— Você fez a pergunta errada, não são nossos nomes que importa não acha? E sobre o que eu faço... Eu ando por ai sem um rumo certo, procurando aventuras e algo que faça meu sangue correr, algo novo e diferente. – Dou de ombros dizendo isso de forma lenta e preguiçosa e olho para o céu com um sorriso pequeno brincando em meus lábios: — Por esquecerem as poucas coisas boas das vidas... As pessoas vivem o inferno - Tendo dito isso mordi o pirulito com força quebrando o palito em minha boca e o jogando fora enquanto voltava a fechar os olhos e pensando em quão interessante aquele encontro poderia se tornar com alguns empurrões e me perguntando se eu devia ser a pessoa que daria eles.

Knows where the hell? Inside my head!

Leveck @ CG

Assunto: Re: Times Square Dom Abr 07, 2013 7:55 pm

Passeio Noturno
Um encontro inusitado
' O tempo não cura. Apenas tira de foco as dores antigas, substituindo-as por novas.'

Muito idiota ou muito inteligente? No exato momento eu não tinha certeza como classificar aquele humano. O que fazíamos? Bem... Em todas as luas cheias eu me transformo em um animal irracional que mata sem motivos... Era isso que ele queria ouvir. O pior de tudo é que em parte, eu sabia que era exatamente isso que ele queria ouvir. Ele queria saber de nosso segredo. Ele queria entrar em nosso mundo. Masoquista? Talvez... Mas acho que ele estava mais para alguém que não tinha nada a perder. Quando não temos nada a perder, é natural buscarmos ganhar qualquer coisa apenas pelo simples beneficio de ter algo novo. Já pensei assim por algum tempo. Mas assim que eu ativei a maldição, assim que perdi tudo o que me restava, eu descobri que no fundo sempre temos algo de valor... O promblema é que só descobrimos isso depois que perdemos tudo. Depois que não sentimos nada além de solidão e arrependimento... Ai sim percebemos o valor do que tínhamos.
Voltei meu olhar para Charllote. Confesso que estava curiosa com a resposta dela. O que ela era? O que ela fazia? Franzi os lábios com desgosto ao ver que ela se negava a falar primeiro. Mas uma súbita esperança me invadiu. O garoto que acabara de chegar era como ela. Se ele falasse acabaria a entregando também. Sorri com um leve brilho nos olhos. Mas as ações descontraídas do garoto mostravam que ele se quer se importava muito com a conversa. Um pequeno suspiro atravessou meus lábios. Apenas voltei a olhar para o humano. Dei de ombros derrotada. Charllote já sabia o que eu era, mas ainda tinha uma pequena duvida se deveria me expor na frente do garoto.
_ Bem... Digamos que meus dias são bastante... Comuns... E as vezes tenho noites agitadas... - Pisquei para ele como se eu apenas estivesse me referindo a algo super natural. O olhei por alguns instantes com um pouco de curiosidade. - E entao... Caim... O que você faz? - O olhei por alguns instantes. Não ele não parecia um caçador... Mas talvez seja iniciante ainda... Me lembrei do outro garoto ao ouvir um estralo. Ele havia mordido o pirulito e jogado o palito fora. Sorri com ironia o olhando - - Que dentes fortes você tem.... Aproposito... Qual é mesmo o seu nome?

Thanks Tess

Bruxo(a) Mensagens : 17 Data de inscrição : 28/03/2013

Uni

Ouço a resposta de todos e reflito. Éramos tão iguais e tão diferentes. Quatro desconhecidos que se encaixavam em um mar de Caos. Definitivamente, elas não eram humanas... o garoto podia até ser. Não havia dado uma resposta concreta o suficiente, mas ele poderia estar encenando, apenas para obter mais algo de nós. Bom, todos haviam respondido. A bala da vez era minha. Não tinha o que responder... era perigoso. Eu não mentiria se dissesse que sou apenas um humano, mas elas saberiam que eu estaria ocultando algo, afinal eu sei demais, falei demais, mostrei demais. O jeito seria omitir. Olho para Charlotte com um olhar pensativo e lhe entrego o isqueiro novamente. - Sim... para falar a verdade, o conhecimento é a única coisa que eu tenho. - desvio meu olhar para a Emy - pois Charlotte tinha um olhar cortante, mas ao mesmo tempo... calmo - e então respondo. - Sou apenas um pesquisador... meu pai pesquisava sobre o que as pessoas hoje apenas vêem nos filmes. Mas depois que ele morreu, eu dei continuidade ao seu trabalho. Creio que não seja nada demais, comparado à vida de vocês... mas estou satisfeito com isso.
Mentir, uma defesa natural tão instântanea quanto um fósforo que acaba de ser acendido.
Sigo o olhar de Emy para o garoto, torcia para que tirassem os olhos de mim. E ele parecia ser o único que não estava interessado em nada. Ainda não sabia nada deles, apenas algumas teorias que precisavam de mais provas para se concretizarem. Acho que eu era o único rato medroso daqui. Precisava relaxar, afinal a vida não passava de um jogo onde nunca chegávamos na última fase. Decido então me sentar no chão, escorado na parede. Ponho a mão no peito, onde havia um colar com um crucifixo. Puxo ele, quebrando a corda fina. - Acho que isso não serve mais. - então o jogo pro lado. Não era descrença, nem sarcasmo, era apenas... que se eu quisesse algo, deveria acreditar naquele algo, e não em objetos inanimados que nada podem fazer. - Está frio... uma bebida quente cairia bem agora.

Template feito por Zafrina - TPO

Assunto: Re: Times Square Seg Abr 08, 2013 8:55 pm

Give me a reason.

Discordei em silêncio do garoto com um sutil e enigmático sorriso no rosto, o que éramos nós sem um nome? Sem algo que nos indentificasse em meio a tantas faces, sem aquele título que dissesse: eu estive e passei por este mundo, eu lutei, existi, caminhei, sonhei, vivi. Éramos poeira se não houvesse de fato nada que nos destacasse, apenas um monte de partículas que por acaso ou vontade divina se uniram, nada mais. Éramos tão insignificantes quanto julgavamos os insetos, tão pequenos e míseros e fadados ao destino a nós imposto como o traçado de um rio, longo e inatingível. Porém não falei nada, por vezes o silêncio respondia melhor que quaisquer palavras ditas.

- Ora, Allen, o inferno é na verdade o mundo dos vivos, porém, cabe a nós acharmos as raras coisas que fazem sentido e torná-las em momentos efemeros de alegria - pena porém que por vezes nem mesmo os momentos mais alegres eram atenuantes para as fraturas expostas, para certas dores nem o mais poderoso morfináceo surtia efeito. Levei o cigarro aos lábios, era o segundo da noite e quem se importava? Nenhum tipo de cancer me seria fatal, nem tampouco outra doença. O garoto quebrou um pirulito com os dentes. Revirei os olhos, banque-se de lobo mau e conquiste uma loba, era cômico de se pensar ainda mais com a frase solta pela garota em seguida. Ri, um riso breve e cortante, o único que escapava-me os lábios, um riso solitário, louco e nada sutil, porém contive-me enquanto o ouvia ecoar.

O humano falou então, manso, compassado, suave como quem tenta transpassar uma ponte apodrecida sobre um imenso precipício, talvez ele devesse tomar algum cuidado não com as tábuas soltas, mas com as apodrecidas pelos anos, escorou-se na parede e lançou um crucifixo para o lado, como quem nega a toda uma vida. Apanhei-o e me aproximei lentamente dele, agora sentado no chão, abaxei-me e falei, em um sussurro perfeitamente audível, revirando a prataria em minhas mãos, gerava em minha pele um suave roçar.

- Já vi homens perecerem por detrás de objetos como estes, vi impérios se erguendo a partir de crenças tolas e fés infundadas, diga-me uma coisa, porque te desfazes de algo que talvez pudesse ser a tua salvação? - perguntei, apoiando-me com uma mão na parede, a mesma que ainda segurava o cigarro aceso, e rolando entre dedos o crucifixo com olhos fixos no objeto.

First Hybrid @ CG