Aeroporto Internacional de Indianápolis

Smoke on the Water

ith a few red lights and a few old beds We made a place to sweat No matter what we get out of this I know we'll never forget Smoke on the water, fire in the sky Smoke on the water

Porque que ela estava ali? Nem mesmo ela sabia direito. Tinha de pegar uma encomenda de um avião que chegava durante a madrugada, uma mercadoria ilegal ela presumia e por isso teria de esperar até lá. O que não teria graça levando em conta que em seu bolso só estavam dez dólares e o seu celular com a seguinte mensagem brilhando na tela:

“Você é comum de mais para chamar a atenção, eu, no entanto sou um pouco extravagante. Vá você.”

Comum. Essas palavras tinham certo teor de poder quando utilizadas por ele, ela sabia que não era comum, afinal, quem ali em um raio de 10 KM conseguiria desmontar e montar uma arma em menos de um minuto? Ao mesmo tempo em que para seu tutor aquilo não passava de um truque de mágica que ela sabia fazer.

O relógio marcava as horas e com preguiça de estudar os ponteiros mais do que deveria concluiu que ainda era cedo. Puxou um cigarro de uma carteira quase fazia e o ascendeu com um isqueiro comum e simples. Como ele disse, extremamente comum.

A fumaça entrava em seus pulmões com facilidade e podia ouvir de longes comentários que ouviu na sua infância como “Fumar é feio!” ou “Seu pulmão vai ficar preto!”. Deu um riso um pouco desprezível quando se notou que aquilo, quando criança, era pior que o vampiro que seu irmão teimava em dizer que existia no armário.

Andando despreocupada e com o cigarro nos lábios e uma das mãos no bolso da calça foi em frente ao grande painel que indicava os voos. - É. Acho que vai ser cancelado. – Comentou consigo mesma retirando o cigarro de entre os lábios e puxando seu celular escrevendo rapidamente um código que abria seu e-mail, ou uma espécie mais segura de um se desligando um pouco do mundo terreno o que não durou muito. Algo fez seu celular desprender de sua mão e cair no chão não fazendo muito barulho (ali mesmo tarde era bem movimentado), mas a bateria se desprendeu e saiu escorregando pelo chão e atrás dele, envergonhada com as bochechas coradas ela saiu correndo atrás daquilo como se fosse parte de sua própria vida.
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Smoke on the Water

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Sigyn apagou o cigarro na mão e pegou a bateria com um leve aceno de cabeça. Procurava o que dizer mais o máximo que conseguiu foi abrir e fechar a boca várias vezes até que finalmente algo surgisse em sua mente. Pigarreou – Bonitos Sapatos...Digo, Obrigada – Suas bochechas ficaram levemente coradas enquanto, ainda com as mãos trêmulas de medo de perder a preciosidade que era a bateria de seu celular (Ela continha, em seu interior, algumas informações criptografadas sobre sua família). A conectou novamente no celular e o ligou rapidamente e só respirou em paz quando o mesmo ligou. Não fez nenhum barulho ou qualquer coisa do tipo, o aparelho era único. Seu tutor o havia lhe dado de aniversário ano retrasado e assim o manteve.

Levantou os olhos rapidamente e deu um sorriso – Você não sabe quantas vidas acabou de salvar! – Deu uma risada baixa e passou as mãos no cabelo. O sotaque saiu forte, uma mistura engraçada de Inglês Britânico com norueguês quase fez parecer uma língua distinta. - Está chegando ou vai viajar? – Falou já com a voz normal olhando de relance para o gato e por algum motivo aquilo lhe deu um leve arrepio.

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Smoke on the Water

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Fez uma careta de leve quando ela disse que estava chegando. Péssima escolha, Sif não gostava nem um pouco dali e tinha motivos para acreditar que ser enviada para lá foi uma punição de seu pai, Odin.

Olhou um pouco mais atentamente para a moça a sua frente, que ao mesmo tempo parecia amigável e extremamente misteriosa, como se estivesse cheia de segredos. E entendeu agora porque ela nunca sabia o carregamento daquilo que seu tutor pedia, ela era uma iniciante, se sentia mais a vontade na presença dos outros, se sentia mais solta. Apenas olhou para ela novamente sem saber o que responder – Como você?... – Deu um sorriso consigo mesma e deu apenas os ombros. Shylock e suas regras que fossem para o mar gelado da Galileia. – Não sei. Só sei que chega extremamente tarde, o que é irritante. – Respondeu sinceramente e novamente o papo da Noiva Cadáver passou em sua mente, aquele episódio não foi nem um pouco divertido.

- Bem, seja bem vinda a Cidade. Péssima escolha, a propósito. –omentou olhando de relance novamente para o gato sentindo um arrepio em sua costa. Ela não pertencia aquela “dimensão”, por algum motivo isso era claro em sua mente, mas não estava ali a trabalho, na verdade, nunca estava. Era apenas mais uma empregada.

– Perdão, eu nem sei seu nome... – Estendeu a mão – Sou Sigyn-Sif. – Fez uma careta de leve graças a pronuncia difícil e engraçada de seu nome – Meu pai não tinha senso de humor

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Smoke on the Water

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Uma bruxa? Internamente estava rindo. Ela era a pior caçadora que possa existir em todo o mundo e aquilo a fazia rir, ser bom nas coisas sempre ficou para seu irmão.

Olhou mais uma vez para os placares que ainda marcavam atrasado. Não foi uma surpresa o que ela havia falado, ela sabia que isso ia acontecer, porém custava a acreditar nisso. Ia acabar dormindo naquela droga de Aeroporto até receber a encomenda e estava cansada de mais para discutir. No fundo, isso já não importava muito. Ela tinha um carregador, uma tomada e uma personalidade insistente no fundo de sua lama gritando “Me liberte dessa droga de prisão”. – Como eu temia – foi a única coisa que conseguiu falar antes de suspirar.

Os tempos eram escuros e difíceis e pela vigésima vez o conselho que recebeu ao pisar pela primeira vez naquele novo mundo voltou-lhe a cabeça. Fique viva e você viverá. Resistiu contra a vontade de olhar para o lado de fora, sabia que tudo estava uma bagunça e de algum modo, ela não sentia nenhuma vontade de ajudar a concertar tais bagunças. Não foi ela que criou, que culpa tinha?

- Freya?! – Franziu o cenho – Meu pai falava que Freya era uma Deusa. – Deu um sorriso educado e se virou para o gato – Fitzroy? E eu achava que meu nome era diferente – se voltou para a Bruxa ainda sorrindo – Com todo o respeito é claro. – Passou a mão nos cabelos e novamente aquela inquietação voltou e seus dedos tentavam encostar a carteira com os cigarros, mas sabia que não podia. Por Deus! Estava usando quatro adesivos de nicotina!

- Bem, há algo que eu possa fazer por você? Sei lá, algo que não envolva meu pescoço. – E mais uma vez o espirito bondoso atacava. Seu celular vibrou e ela o pegou rapidamente olhando a mensagem em menos de dois segundos. “ANDE RÁPIDO!” disse a mensagem autoritária – Humanos conseguem ser chatos – suspirou consigo mesma.


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Smoke on the Water

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Ela apenas ficou para ali, sozinha por alguns instantes com o celular na mão. Não queria dizer que odiava as bruxas, mas agora sabia porque sempre manteve um certo receio de ambas. Mente limpa e focalizada era justamente o que ela não tinha, muito menos algo equilibrada e naquele momento, finalmente liberou seu outro alguém, aquele que lhe ditava ordens.Finalmente. escutou alguém em sua mente dizer. Sorriu e continuou andando processando o que ela falava. Manter-se viva não parecia um sacrifício.

Virou-se para a saída e por algum motivo pensou em seguir o conselho da bruxa por mais improvável que fosse, resumindo, saiu dali.

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